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quarta-feira, 27 de abril de 2011

MASSACRE EM REALENGO/RJ

Marcos de Paula/AE
No dia 7 de abril tudo parecia tranqüilo na cidade de Realengo-RJ. Mas o pior estava para acontecer. Por volta das 8h20 na Escola Municipal Tasso da Silveira, o psicopata muda a rotina dos estudantes e professores, que festejam os 40 anos do colégio. Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos, que provavelmente foi aluno desta escola entra dizendo que vai dar palestra. Coloca a bolsa em cima da mesa da professora, saca dois revólveres e dá início a um massacre em escala sem precedentes na História do Brasil. Em poucos minutos, a atrocidade deixa 12 adolescentes mortos e 12 feridos. 
Transtornado, o assassino atacou alunos de duas turmas do 8º ano (1.801 e 1.802), antiga 7ª série. As cenas de terror só terminam com a chegada de três policiais militares. Após esvaziar as balas do revolver, Wellington tenta abastecer novamente o revolver quando o assassino é surpreendido por um tiro de fuzil  dado pelo sargento antes de chegar ao terceiro andar da escola. No fim da subida, ele pega uma de suas armas e atira contra a própria cabeça.
O policial contou que tentou prender Wellington e atirou em uma de suas pernas após a recusa em se entregar. Depois de ser atingido, Welington cometeu suicídio, atirando contra a própria cabeça. O sargento está há 18 anos na Polícia Militar. 
“Foi um sentimento de tristeza ver àquelas crianças. Cenas que não vão sair facilmente da memória. Tenho um filho nessa idade. Mas também foi um sentimento de dever cumprido. Consegui evitar que ele chegasse a outro andar e fizesse mais vítimas. Se pudesse chegar cinco minutos antes, talvez tivesse evitado muitas mortes”, relatou o terceiro sargento Márcio Alves, durante coletiva à imprensa.

Na escola, a situação é de caos. Enquanto crianças correm — algumas se arrastam, feridas —, moradores chegam para prestar socorro. PMs vasculham o prédio, pois havia a informação da presença de outro atirador. São mais cinco minutos de pânico e apreensão. Em seguida, começa o desespero e o horror das famílias.
A notícia se alastra pelo bairro. Parentes correm para a escola em busca de notícias. O motorista de uma Kombi para em solidariedade. Ele parte rumo ao Hospital Albert Schweitzer, no mesmo bairro, com seis crianças na caçamba, quase todas com tiros na cabeça ou tórax.
Wellington, que arrasou com a vida de tantas famílias, era solitário. Segundo parentes, jamais teve amigos e passava os dias na Internet ou lendo livros sobre religião. Naquela mesma escola, entre 1999 e 2002, período em que lá estudou, foi alvo de ‘brincadeiras’ humilhantes de colegas, que chegaram a jogá-lo na lata de lixo do pátio.
A carta encontrada dentro da bolsa do assassino tenta explicar o inexplicável. Fala em pureza, mostra uma incrível raiva das mulheres — dez dos 12 mortos — e pede para ser enrolado num lençol branco que levou para o prédio do massacre. O menino que não falava com ninguém deixou seu recado marcado com sangue de inocentes estudantes de Realengo.




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